A Origem do Orixá Xangô

Na Umbanda, no Candomblé Angola e no Candomblé Jeje-Nagô

Xangô é um dos orixás mais reverenciados dentro das religiões de matriz africana. Seu nome ressoa com força, justiça e poder, sendo símbolo da sabedoria ancestral e do equilíbrio entre o certo e o errado. Conhecer sua origem e as formas como é cultuado nas diferentes tradições é um passo importante para compreender a riqueza espiritual do povo de axé.

Neste artigo, vamos explorar as origens míticas de Xangô e como ele é visto na Umbanda, no Candomblé Angola e no Candomblé Jeje-Nagô.


✨ Quem é Xangô?

Xangô é o orixá da justiça, do trovão e do fogo. É conhecido como rei de Oyó, uma antiga cidade-estado do império iorubá na atual Nigéria. Segundo os mitos africanos, foi um rei poderoso, sábio e severo, que depois de sua morte tornou-se divinizado como orixá.

Ele carrega o oxê, um machado de duas lâminas, símbolo do seu poder de decisão e justiça. Seu elemento é o fogo e sua energia está ligada à retidão, à sabedoria e ao julgamento justo.


🌍 A origem africana de Xangô

Nas tradições iorubás, Xangô é considerado um orixá funfun, ou seja, um orixá de grande importância e prestígio. Foi o quarto alafin (rei) de Oyó, um guerreiro temido e respeitado. É associado ao trovão porque, segundo o mito, controlava os raios e fazia chover fogo sobre seus inimigos.

Sua história é marcada por episódios de poder e conflito, mas também por sabedoria e liderança. Após sua morte, cultos começaram a ser organizados em sua homenagem, perpetuando sua memória como um ser divino.


🌿 Na Umbanda

Na Umbanda, Xangô também é cultuado como o orixá da justiça. Sua presença está associada ao equilíbrio, à sabedoria dos mais velhos, ao senso de ética e à força moral.

Geralmente, Xangô é associado ao sincretismo com São Jerônimo, santo católico representado com um livro (sabedoria) e um leão (poder). Suas cores são o marrom, vermelho e branco, e seu ponto de força na natureza são as pedreiras, onde se sente sua energia vibrando com mais intensidade.

Na gira de Umbanda, Xangô atua nas causas justas, nas decisões difíceis e na proteção contra injustiças. Seus médiuns costumam ter um senso de responsabilidade muito elevado e uma conexão forte com o racional.


🔥 No Candomblé Angola

No Candomblé Angola, tradição de raízes Bantu, Xangô encontra seu equivalente no nkisi N’zaze.

N’zaze é um nkisi de origem Congo-Angola, associado ao trovão, à justiça e ao fogo, compartilhando muitas características com Xangô na nação Ketu. Ele é considerado um nkisi de natureza guerreira, que representa a força, a coragem e o poder de julgamento.

No culto Bantu, o trovão e os raios simbolizam a manifestação do poder divino sobre a terra. N’zaze exerce a função de zelar pela ordem e pelo equilíbrio entre os seres, sendo invocado para proteger contra injustiças e para reforçar a autoridade espiritual dos mais velhos.


🌩 No Candomblé Jeje-Nagô

No Candomblé Jeje-Nagô, tradição que une elementos das nações jeje (originária do povo Fon) e nagô (iorubá), Xangô é cultuado com grande força e riqueza de detalhes.

Dentro da linhagem Jeje, Xangô pode ser identificado com divindades como Sogbo, que também tem domínio sobre o trovão e o fogo, mas com traços mais voltados à justiça espiritual e à ação divina sobre a terra. No sincretismo entre Jeje e Nagô, a identidade de Xangô é preservada, mas com camadas extras de misticismo, magia e encantamento.

O culto é realizado com cantigas específicas, oferendas tradicionais (como amalá, caruru e inhame), e rituais que envolvem danças com o oxê, seu machado sagrado.


⚖ Símbolos, elementos e saudação de Xangô

  • Símbolo: Oxê (machado de duas lâminas)

  • Elementos da natureza: Fogo, trovão, pedras e pedreiras

  • Cores: Vermelho, branco e marrom

  • Dia da semana: Quarta-feira

  • Saudação: Kaô Kabiesilé Xangô! – que significa “Salve o rei coroado!”

  • Ervas: Saião, abre-caminho, folha de mangueira, erva de santa-bárbara

  • Comidas: Amalá (quiabo com dendê e farinha), caruru, batata-doce, milho vermelho

  • Animais associados: Leão (força e liderança)


🙏 Xangô na vida dos devotos

Xangô é mais do que um orixá: é um guia moral e espiritual. Seus filhos e devotos são pessoas que buscam agir com firmeza, responsabilidade e sabedoria. É a ele que se recorre em momentos de decisões importantes, causas na justiça, conflitos familiares ou quando se busca equilíbrio emocional.

Vestir-se com roupas que remetem a Xangô também é uma forma de honrar sua energia. Os trajes brancos, com detalhes em vermelho ou marrom, as contas e os adereços que carregam a força do orixá são muito mais do que estética: são identidade, fé e ancestralidade.


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Kaô Kabiesilé Xangô! Que sua justiça ilumine nossos caminhos.